O trauma a fez aumentar a segurança de seu novo apartamento no Panamby, zona sul de São Paulo. O local passou a ter porta blindada e um circuito interno de câmeras de alta definição que se movem de acordo com a circulação e permitem o monitoramento a distância, via celular ou tablet. “Consigo fazer zoom, ouvir e falar. Se a minha filha está chorando, posso conversar com ela”, diz. O investimento foi de R$ 15,7 mil. O arquiteto da obra, Maurício Karam, recomenda que o projeto de segurança seja previsto antes do início da reforma, para diminuir custos.

A integração entre automação e segurança, que permite ao morador o controle a distância, foi o maior avanço tecnológico em casas, de acordo com José Roberto Muratori, diretor da Aureside (Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial).

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CENTRAL DE CONTROLE

No prédio do empresário Jorge Sahao, 51, no Jardim Ampliação, na zona sul de São Paulo, a tecnologia dispensou os porteiros. Todo o monitoramento de segurança, inclusive o controle de acesso, é feito por uma central localizada em outro endereço.

Moradores e funcionários têm digitais, fotos e dados cadastrados, e um sistema de câmeras de alta definição acompanha a movimentação das áreas comuns. No caso de visitantes, ao tocar o interfone, um monitor mostra a imagem a um atendente na central, que faz a liberação.

“A primeira coisa que uma quadrilha faz numa invasão é render o porteiro. Como sistema, isso não ocorre mais”, diz Alexandre Paranhos, do Grupo Pro Security, responsável pela segurança do local. O sistema requer um gerador e duas contas de internet. É recomendável também a presença de uma pessoa em horário comercial para receber correspondências. Por um site, os moradores podem acompanhar a chegada de pessoas e de encomendas.

A ferramenta permite ainda o cadastro de um “dedo do pânico” na biometria. Quando o morador faz o acesso com ele (em vez do dedo usado normalmente), a central de segurança é avisada sem alarde e chama a polícia. A tecnologia permitiu ainda corte no custo do condomínio. “O que eu gasto hoje com esse sistema é a metade do que eu gastava com porteiros, considerando salários, encargos e benefícios.

A locação dos equipamentos e a manutenção custam R$ 8.000 mensais. De acordo com Muratori, os preços de sistemas de segurança integrados à automação baixaram cerca de 50% nos últimos cinco anos. “O divisor de águas foi a popularização dos tablets. Atualmente, não dependemos de um equipamento específico”, explica ele. privacidade Com câmeras em quase todos os cômodos da casa, o receio de Carvalho virou a falta de privacidade. “No quarto, a câmera não pega onde está a minha cama”, diz ela, que toma cuidado para não andar muito à vontade pela casa. “O computador do escritório tem senha. Mas às vezes eu fico pensando: ‘Será que eu deixei o aplicativo aberto? Será que tem alguém olhando?’ É um risco que a gente corre”, conta. Também há risco de os circuitos de segurança serem hackeados. “Tem quadrilhas que quebram bloqueio de iPhone, conseguem acesso a bancos. Mas é muito difícil”, afirma Troiano.