Uma partida de golfe, dizem os apaixonados pelo esporte, é muito mais do que completar os 18 buracos do campo com o menor número de tacadas. O jogo exige técnica, concentração, superação. O jogador depende das boas condições de seu corpo e de sua mente. Depende, também, das perfeitas condições do campo. Apesar de pouco explorado e divulgado no Brasil, a Confederação Brasileira de Golfe (CBG) calcula que existam 25 mil jogadores à procura de bons lugares para praticar o esporte em competições ou a lazer.

Em primeiro lugar, é preciso analisar o que torna um campo bom ou ruim – e isso pode ter um forte componente pessoal. “Eu gosto dos estreitos, que exigem concentração máxima”, diz o piloto Rubens Barrichello, acostumado com lugares estreitos que exigem concentração máxima – o cockpit dos carros de corrida. Rubinho começou a jogar em 2000, em Algarve (Portugal), onde tem uma casa, por influência dos sogros, também praticantes do esporte. Viciou-se. Hoje pratica três vezes por semana.

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Para a paulista Victoria Lovelady, de 30 anos, um bom campo é definido “pela arquitetura, pelo desenho técnico e pela qualidade da grama”. Victoria, que está competindo no Ladies European Tour, disputou a Olimpíada de 2016, ano em que o golfe voltou aos Jogos após um hiato de 112 anos (foi disputado em 1900, em Paris, e 1904, em Saint Louis).

Giordano Junqueira, 27 anos, jogador do Ipê Golf Club de Ribeirão Preto (SP), diz que o que mais importa em um campo é o “resultado de jogo” que ele oferece.

Para o engenheiro Pedro da Costa Lima, sócio do São Paulo Golf Club e praticante desde os 5 anos de idade, “um bom campo é aquele que permite que as pessoas joguem, que não tenha um nível de dificuldade desmotivador”. O golfe, segundo Lima, é um esporte democrático que “promove a confraternização entre pessoas de diferentes faixas etárias”.

A imagem hollywoodiana de que golfe e business andam juntos tem fundamento? Euclides Gusi, 60, presidente da CBG, analisa: “O networking que o golfe proporciona é imenso, e muita gente tem interesse em fazer negócios. Em um jogo de quatro horas e meia, as pessoas podem se aproximar para esse fim”. E é justamente para promover essas aproximações que Jair Junqueira, pai de Giordano, organiza o torneio Ribeirão Sobe – que na última edição (em dezembro de 2016) teve como principais patrocinadores o Itaú BBA, a empresa de segurança Gocil e a Cosan. Seja para competir, seja para se divertir ou para fechar negócios, veja a seguir os melhores campos para suas próximas tacadas.

Santapazienza Golf Club
(Itatiba, São Paulo)

É uma propriedade particular, onde só jogam convidados. É o primeiro colocado do ranking Top 100 Golf Courses do Brasil, que elege todos os anos os melhores campos por país. Foi projetado por Tom Fazio, arquiteto americano que acumula a maior quantidade de prêmios de excelência em campos dos EUA. Uma fase da Faldo Series, campeonato mundial para jovens de 12 a 21 anos, foi realizada no Santapazienza em 2015 – e vai se repetir em junho de 2017.

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Quinta da Baroneza Golfe Clube
(São Paulo)

Dentro do condomínio homônimo, este campo tem mais de 800 mil metros quadrados de área. O projeto, inaugurado em 2001, é do arquiteto americano Dan Blankenship, que apostou no estilo links – o mais antigo percurso de golfe, de origem escocesa. Em território nacional, é um dos preferidos de Rubens Barrichello e do fundador da empresa de segurança Gocil, Washington Cinel.

Campo Olímpico
(Rio de Janeiro)

Inaugurado para a Olimpíada de 2016. O projeto de Gil Hansen foi concebido no estilo “links”, sem árvores e com muitas áreas de transição. O circuito fica próximo ao mar, o que faz o vento entrar no jogo e aumentar o desafio. Euclides Gusi, presidente da CBG, explica que, por ser um campo público, o acesso é livre mediante o pagamento da green fee, de R$ 410. Para os golfistas já filiados a algum clube brasileiro, o valor cai para R$ 210.

Gávea Golf & Country Club
(Rio de Janeiro)

Perto da Pedra da Gávea, com vista para a praia de São Conrado. Mario Gonzales, considerado o melhor golfista da história do país, foi head pro (administrador do campo) do clube entre 1949 e 1984. Hoje está aposentado, mas ainda é presença frequente no Gávea – o que é considerado um “deleite” por frequentadores; tem até um campeonato em sua homenagem.

São Fernando Golf Club
(Cotia, São Paulo)

Inaugurado em 1958. Segundo a atleta olímpica Victoria Lovelady, o São Fernando destaca-se por seu bom desenho técnico e nível de dificuldade. Por muito tempo foi considerado o melhor do país. O green fee, taxa cobrada para os não sócios, começa em R$ 307.

São Paulo Golf Club
(São Paulo)

O SPGC foi fundado em 1901 como São Paulo Country Club. Ficava perto da avenida Paulista. Em 1913 foi transferido para seu endereço atual, no bairro de Santo Amaro. O projeto arquitetônico inicial é do aclamado Stanley Thompson (1893-1953), mas, devido à necessidade de constantes reformas, ele perdeu algumas de suas características originais – situação que o clube tenta agora reverter.

Terravista Golf Course
(Trancoso, Bahia)

Todos os jogadores entrevistados ressaltaram a beleza do lugar, nas falésias de Trancoso, distrito de Porto Seguro (veja na foto que abre esta reportagem). O investimento na construção foi de US$ 4 milhões. Quatro dos 18 buracos têm grau de dificuldade maior por estarem à beira-mar e sofrerem maior influência do vento. Iniciantes podem ter aulas (R$ 120 por 50 minutos) com o head pro Anísio Santos. Ao longo do percurso existem algumas áreas de proteção ambiental (resquícios de Mata Atlântica). O projeto, a exemplo do Quinta da Baroneza, é de Dan Blankenship. O signature hole, buraco mais famoso do campo, é o 14. Ele fica sobre uma falésia, e a bandeira fica em outra; para acertar o alvo, deve-se bater a bola de uma falésia para outra com grande precisão, enfrentando os fortes ventos. Hole in one para poucos e bons.