O gênero dos musicais está sem dúvida na moda. Muitos amam esse estilo, enquanto outros odeiam. Mas o fato real é que os musicais possuem um papel muito importante marcado na história do cinema.

O mais recente sucesso das telonas ”La la Land: Cantando Estações” ganhou o maior número de prêmios no Oscar deste ano. No total foram seis estatuetas: melhor atriz (Emma Stone), melhor diretor (Damien Chazelle), melhor design de produção, melhor canção original (City of Stars: música de Justin Hurwitz e letra de Benj Pasek e Justin Paul), melhor trilha sonora (Justin Hurwitz) e melhor fotografia (Linus Sandgren). O roteiro segue a fórmula clássica dos musicais: uma narrativa interessante que se apoia sobre uma sequência de músicas coreografadas. O pianista Sebastian e a atriz Mia se apaixonam perdidamente e tentam fazer o relacionamento amoroso dar certo enquanto perseguem a fama e o sucesso nas suas carreiras. Além do Oscar, o musical ganhou também diversos prêmios no Globo de Ouro, no Critics Choice Award, no Prêmio BAFTA de Cinema, no Palm Springs Internacional Films Festival, entre outros. Um sucesso estrondoso, sem dúvida nenhuma.

Os musicais tiveram a sua origem em peças teatrais que fizeram inicialmente a junção entre a arte cênica e a música. O primeiro registro oficial de uma produção do gênero no cinema data de 1927. ”O Cantor de Jazz”, de Alan Crosland, conta a história de um cantor de jazz branco que sofre preconceito dos tradicionais jazzistas negros pela cor da sua pele. Em 1939 foi lançada pela MGM uma das maiores obras primas da história do cinema, o musical ”O Mágico de Oz”. Após a II Guerra Mundial iniciou-se a ”Era de Ouro dos Musicais”, que se estendeu até o início da década de 1960. Nesse período foram lançadas produções espetaculares, tais como o memorável ”Cantando na Chuva” (considerado pela grande maioria dos críticos como o maior musical de todos os tempos), ”A Noviça Rebelde”, ”Mary Poppins”, ”My Fair Lady”, ”Cinderela em Paris”, entre outras. Após esse período os musicais caíram bastante em popularidade, pois a indústria cinematográfica estava focando na produção de filmes mais realistas e que retratassem as questões sociais e políticas da época. Mesmo assim, algumas produções conseguiram alcançar um grande sucesso comercial tais como: ”Cabaret” (1972) vencedor de oito Oscars e ”All That Jazz” (1979) vencedor de quatro Oscars. Em 1978 foi lançado o musical ”Grease” com John Travolta e Olivia Newton-John. É o musical de maior bilheteria na América do Norte. Em 1982 foi lançada a sua continuação, ”Grease 2”, com Michelle Pfeiffer no papel principal, mas teve pouco êxito comercial.

Na década de 1980 dois romances musicais tiveram destaque. ”Flashdance” (1983) com Jennifer Beals e Michael Nouri, dirigido por Adrian Lyne e ”Dirty Dancinng” (1987) com Patrick Swayze e Jennifer Grey, dirigido por Emile Ardolino. Na década de 90 os musicais praticamente sumiram das telas do cinema. Porém, a Walt Disney Pictures conseguiu criar uma nova variação do gênero: as animações musicais. A estratégia deu muito cedo. Diversas produções tiveram um sucesso enorme de bilheteria. Podemos destacar ”A Bela e a Fera”, ”A Pequena Sereia”, ”Aladim”, e “O Rei Leão”. Este último ganhou o Oscar de Melhor Trilha Original (Hans Zimmer) e Melhor Canção Original (”Can You Mouling Rouge”), com Nicole Kidman, que de certo modo reanimou um pouco o gênero e foi premiado com a conquista do Oscar de Melhor Direção de Arte e de Melhor Figurino.

No ano seguinte é lançado o musical “Chicago”, com direção de Rob Marshall e roteiro de Bill Condon. A produção teve um orçamento de US$ 45 milhões e foi um sucesso absoluto de crítica e de bilheteria. Atores consagrados estão no elenco: Richard Gere, Catherine Zeta Jones e Reneé Zellweger. Venceu seis premiações no Oscar em 2003: Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante (Catherine Zeta Jones), Melhor Edição (Martin Walsh), Melhor Figurino (Collen Atwood), Melhor Direção de Arte (John Myhre) e Melhor Mixagem de Som.

 

Confira a Lista dos 25 Melhores Musicais de todos os tempos, divulgado pela IFA (American Film Institute) em 2006:

  1. Cantando na Chuva (Singin’in the Rain – 1952)
  2. Amor, Sublime Amor (West Side Story – 1961)
  3. O Mágico de Oz (The Wizard of Oz – 1939)
  4. A Noviça Rebelde (The Sound of Music – 1965)
  5. Cabaret (1972)
  6. Mary Poppins (1964)
  7. Nasce uma Estrela (A Star is Born – 1954)
  8. Minha Bela Dama (My Fair Lady – 1964)
  9. Sinfonia de Paris (An America in Paris – 1951)
  10. Agora Seremos Felizes (Meet Me in St. Louis – 1944)
  11. O Rei e Eu (The King and I – 1956)
  12. Chicago (2002)
  13. Rua 42 (42nd Street – 1933)
  14. O Show Deve Continuar (All the Jazz – 1979)
  15. O Picolino (Top Hat – 1935)

Na lista ainda figuram, “Uma Garota Genial” (Funny Girl – 1968), ”A Roda da Fortuna” (The Band Wagon – 1953), ”A Canção da Vitória” (Yankee Doodle Dandy – 1942), ”Um dia em Nova Iorque” (On the Town – 1949), ”Grease – Nos Tempos da Brilhantina” (Grease – 1978), ”Sete Noivas para Sete Irmãos” (Seven Brides for Seven Brothers – 1954), ”A Bela e a Fera” (Beauty and the Beast – 1991), ”Garotos e Garotas” (Guys and Dolls – 1955), ”Magnólia – O Barco das Ilusões” (Show Boat – 1936) e ”Moulin Rouge – O Amor em Vermelho” (Moulin Rouge! – 2001).